novembro 30, 2004

Sampaio, caneco, ...

... nunca me enganaste!

Alcina Lameiras em versão Gomes Canotilho

Como também esta "crise política" foi já superiormente ultrapassada de acordo com os mais altos desígnios da Nação - o que significa, à hora a que escrevo, que as instituições deste país não regulam bem da pinha - proponho, de novo, a solução que se me afigura como mais conforme à normalidade constitucional:
O Presidente em exercício não pode demitir o Governo nos últimos seis meses de mandato, e o Presidente que se lhe seguir não pode dissolver o Parlamento nos primeiros seis meses de exercício;
Este Presidente já não tem mais margem de manobra para dissolver o Parlamento nas crises que se adivinham (e temos todos tanta certeza que elas se avizinham como de que em Abril se farta de chover), até porque em Junho, se lhe ocorresse essa tentação, seria acusado de ter estado a preparar o terreno para José Sócrates, no sentido de favorecer uma maioria absoluta do PS (e quanto a esta última é preciso ter a certeza de que também vai chover em Maio, o que não é líquido);
A única fórmula de poupar tempo a todos (até porque me parece que para o próprio Santana Lopes e seu partener de coligação a hipótese começa a não se lhes afigurar tão perversa) é a seguinte:
1- Sampaio abdica já, argumentando debilidade de foro psicológico, vontade de curtir os 100.000 contos do prémio, o calendário nacional do circuito de golfe amador para veteranos, whatever.
2- Marcelo é contratado pelo canal Odisseia.
3- Cavalgando uma onda de euforia o Professor arrebata as eleições para a Presidência, limpando inclusivamente Cavaco Silva e Manuel Maria Carrilho.
4- Sócrates intensifica a parte curricular do mestrado.
5- Daqui a seis meses tínhamos a garantia de eleições legislativas antecipadas.
6- Jaime Gama substitui Mota Amaral na Assembleia da República que reúne em Assembleia Constituinte no Oceanário.
7- Revisão Constitucional com a adesão de Portugal à Commonwealth garantindo entretanto a independência dos nossos centros de decisão económicos face a Espanha (incluindo a anexação de Gibraltar ao Off-Shore da Madeira).Tão certinho como Santana ser monogâmico!

novembro 29, 2004

Rascunhos perdidos

... neste PS, a hipótese de defender a dissolução do Parlamento, é tão nefasto quanto posicionar-se solidário e tenaz perante a barbárie conduzida contra um dos membros mais valiosos da sua direcção (nota mental - não dizer o nome Paulo Pedroso): não parece bem, implica a capacidade de construír uma solução imediata, para além de uma consciência absolutamente impoluta e a coragem de assumir de frente para quem vota, aquilo que se manifesta ao telefone (para benefício de um qualquer gravador) ou numa mesa de reuniões para 12.
(e por isso)
... que tudo isto não passa, certamente, de uma manobra dilatória para desviar as atenções do processo Casa Pia.
(e assim sendo)
... que tanto me faz que haja uma implosão no executivo, que eu por cá ando e, a mim, ninguém me condiciona.
(nota mental 2 - comprar flores e juntar este papel para a Mizé ver)
(nota mental 3 - perguntar-lhe o que é que é para fazer agora)
(ilegível) Fernando Branco de (irreproduzível)

novembro 25, 2004

A clarificação que se exigia: um último contributo de Gomes da Silva



Com a devida vénia à clarividência dos autores.

novembro 24, 2004

Ai os paparazzi...

" Se aminha mãe fosse a Raínha de Inglaterra, eu era o Principe Carlos", in resposta do PGR sobre o que gostava que tivesse corrido melhor na fase de inquérito do "processo Casa Pia", no Jornal da Noite da SIC.
Estou a ver... e então nesse caso o Ministério Público será a tua Camilla Parker-Bowles e a Justiça acelera de Mercedes dentro do túnel do Marquês?...
E Pedro Strecht - Harry?, William??

novembro 23, 2004

Provador de leitores

Nova fórmula para ler jornais:

Peguem nas páginas impressas do Público de hoje, leiam apenas os títulos (que exceptuando as crónicas do Pedro Mexia é o que vocês fazem de qualquer das formas) e... juntem tudo.

Vejam o exemplo de hoje:

Será que o Candidato da oposição apela à resistência popular, ao ver que A Ucrânia, partida ao meio, entra em período de alto risco já que O peso das identidades na Constituição Europeia e “Europa Social”, estão a dar um Salto qualitativo, e, segundo ele, Pior é impossível?
É que O referendo europeu e as revisões constitucionais a torto e a direito, a partir do momento em que os Deputados do PSD pressionam para viabilizar diploma do PCP, uma vez que Sampaio critica “excesso” de Governo nos “media”, permitem situações como aquela em que o Tribunal de Cascais tentou notificar Rui Gomes da Silva durante quase três anos e apenas uma Magistrada anula dezenas de horas de escutas por falta de controlo judicial. E basta...

Cá para mim faz (mais) sentido... Não sei. Digo eu...

Só por uma vez

Com ele pendurado num andaime de quatro andares a rebocar paredes, e ela apressada na calçada:

Diz ela: oh coisa feia! mauzão!
Diz ele: ... (não diz nada - ruboriza)
Diz ela: se o meu pai tivesse pernas como as tuas, eu andava ao colo até aos trinta!
Ele (sentindo-se indefeso e olhado): bruta!
Diz ela (entre onomatopeias várias): gostas pouco, gostas...

O mundo ao contrário não faria mais sentido. Mas arejava...

novembro 19, 2004

Vidal Sassoon 3 em 1

Assim não, senhores Deputados. Assim é gozar com as pessoas. Faz-se a pergunta constitucionalmente correcta e depois vende-se o ‘sim’ como um acto de fé fatalista no projecto europeu. Chegou a hora de acabar com os tiros no escuro e com a venda da Europa como sinónimo de dinheiro. Ou será que a pergunta para o referendo sobre o Tratado Constitucional da União Europeia esconde o desejo dos senhores Deputados em percorrer o país para explicar ao ‘homem da rua’ o que é uma passerelle, uma cooperação reforçada, uma dupla maioria, a PESC, a PESD, o PEC, a comitologia, a co-decisão, o método aberto de coordenação... Garanto-vos que ninguém quer saber de uma Carta dos Direitos Fundamentais que na realidade pouco ou nada acrescenta aos direitos dos cidadãos em termos concretos, de regras obtusas de cálculo de maiorias e muito menos das guerras intestinas dentro de um triângulo institucional ao qual se acrescentaram novas pontas. E se eu concordar com um e não souber ou não concordar com os outros dois? Tiro no escuro? Posto assim, a minha resposta é não; a da maioria não-qualificada deve ser não vou.

PC

novembro 17, 2004

Parajornalista

Não venho chamar-lhe nomes nem dar-lhe alcunhas. Venho, sinceramente, dar um grande abraço ao Luís Delgado. Isto que ele escreveu hoje no DN é, devo dizê-lo, comovente. Já me vai apetecendo dar-lhe o carinho que mais ninguém lhe dá. Aconchego. Sorrir-lhe, piscar o olho e dizer-lhe, enquanto aplaudo de pé: "Bravo Luís, és um valente!".
É assim como nos Jogos Paraolímpicos: ninguém vai estar a apupar nenhum atleta mesmo que não represente o seu país, ou vai? Então...

Kiss me

Estou com o astral muito em baixo. Não, na testa não, que tínhamos que tirar
o boné. Na boca também não que eu estou doente. Já se foram 12 Kg... Afinal
não mentiste sobre a retoma. O barco foi uma ideia gira - e cara, presumo.
Compensa as faltas ao solário. Já agora, como vais levantar o astral ao tipo
que falou hoje? Dar-lhe o SIRP?!
PC

novembro 16, 2004

Danonossauros Rex

A ver se nos entendemos:

Só pode haver uma de duas razões para estar, neste momento, a apreciar o prazo de validade da coligação PPD/PP: ou o que está em causa é o projecto político e um programa de Governo conjunto para os próximos cinco anos e meio, ou o que se passa é apenas a aferição do alcance da soma, ou da subtracção, que uma lista conjunta às próximas legislativas significa para cada um dos partidos individualmente considerados.

Se falamos da primeira, então não percebo. É que o “inequívoco” apoio parlamentar expresso pelos dois partidos no governo de PSL, e em cuja estabilidade o Presidente de turno suportou a decisão de não convocar eleições antecipadas, supostamente traduz uma comunhão de convicções, elas também inequívocas quanto aos destinos de Portugal e às soluções para alcançar esses desígnios. Reavaliar a comunhão dessas convicções significa que...

Se estou certo ao não perceber, então falamos da segunda e o que está então em causa é apenas saber se os dois partidos somados alcançam ou não uma maioria parlamentar, não interessa se em comunhão ou em total desatino. E então o que interessa não é um qualquer “astral” que o líder da coligação pretenda ambicionar para o país. O que interessa, sendo este o caso, é tão somente o poder.

Até agora novidade nenhuma e parece-me que estas duas hipóteses são indisputáveis, menos para aqueles que deliram que esta avaliação não está em curso. Quanto a isto nem argumento: remeto apenas para o Congresso do PPD e para as listas para as autárquicas.

A novidade é só uma (tal como a solução constitucional): Paulo Portas é o elemento central de qualquer cenário e esse papel foi-lhe conferido por Jorge Sampaio. Sem ele, PSL sabe que nem Sampaio perdoará. Com ele, o PPD perde substância e, já o perceberam as bases acomodadas, votos. E logo, o poder.

Esta questão é parecida com uma outra que sempre me assaltou: o prazo de validade dos iogurtes – como é que se sabe que aquele é o preciso dia em que o dito coalha?; haverá alguma hora desse dia para esse efeito? (será às 00.00h dessa madrugada?); e no caso de ser um daqueles que mistura chocapic com iogurte de pedaços: é só o iogurte que perde validade, são os cereais, ou ambos ao mesmo tempo?? Não interessa já saber se cereais de chocolate e iogurte fazem uma boa combinação de sabores. Interessa é que lá na tampa está escrito 9 de Junho de 2004. Ora, já alguém experimentou dar uma valente colherada num iogurte passado da data? Do you know that feeling???

novembro 13, 2004

A Loira errou.

... mais precisamente, Keizer Soze errou.
Recebemos um telefonema de de Deus provando que, e infelizmente para eles (ao que parece), um dos contributors d'O Acidental é mesmo Rato. Segundo de Deus: "vinha lá no template".
Em jeito de castigo, a Loira encarregou-me de proceder aos passos necessários para alargar este espaço a dois colunistas adicionais, e de os seleccionar utilizando o melhor critério d'O Acidental (que como todos sabemos é o abecedário): assim sendo, Adelino Amaro da Costa e Alcina Lameiras passarão a escrever em "A loira não gosta de mim".
Keizer Soze
PS: Desespero sabendo que Topo Gigio vem no fim da lista. Também quero o meu rato...

Uatz urongue uide dize pictchure???

Nós aqui da loira estávamos a pensar convidar para contributors do nosso blog a Madonna, o Papa, Bin Laden, Vítor Espadinha, Gaetano Donizetti, Chico Buarque (que anda a pedir-nos muito), Manuela Ferreira Leite (ausente em Barcelos), João Pinto (sim, o dos prognósticos no fim do jogo), entre outros.
Não só para alargar a abrangência intelectual deste espaço, mas porque nos inspirámos nos ghost contributors d'O Acidental, José Bourbon Ribeiro (quem???), João Marques de Almeida e Vasco Rato.
Pensa não pensa, pensa não pensa e pumba: somos violentamente surpreendidos com uma aparição de Rato (nervosa, porém ameaçadora).
Só que os apanhámos na curva: não é o Rato genuíno!: a ser ele, q'ué feito do sotaque (amalandrado, i.e., emigrês) de Boston ???????????

Para quem está barítono

Mario Cavaradossi:
E lucevan le stelle...
ed olezzava la terra...
stridea l'uscio dell'orto...
e un passo sfiorava la rena...
Entrava ella, fragrante,
mi cadea fra le braccia...
Oh! dolci baci, o languide carezze,
mentr'io fremente
le belle forme disciogliea dai veli!
Svanì per sempre il sogno mio d'amore...
L'ora è fuggita...
E muoio disperato!
E non ho amato mai tanto la vita!...

Tosca - Giacomo Puccinni


Esta é, provavelmente, a ária perfeita.
Tem é que se deixar correr a ópera, mesmo esta, até ao último acto (no caso da ária acima, o terceiro).
Até porque o nosso Cavaradossi afinal não morre...
Nem nós merecíamos.
Como o épico faz de todos nós sopranos e tenores, desafiar esta ária significa ouvi-la sem que nos atrapalhe os sensores. Todos.
Se isso acontecer, então, provavelmente já não merecemos nada.
Mas esta ópera é democrática: ninguém ganha aquele desafio. Somos todos iguais.

novembro 11, 2004

Sem mais argumento...

... ou... já não vos aguento...(?)
Esta merda afinal não é a blogosfera?
Não, é a egosfera.

novembro 10, 2004

Davidoff

Vai não vai lembro-me de nós. De mobília que é nossa: cheiros, expressões, uma gargalhada. Tactos.
E sempre que entro nesta fico-me, por alto, três ou quatro dias. E depois liga-me. Nunca falha. Sem perceber como é que lhe adivinho o nome quando atendo.
Dou por mim a ter que tornar o impossível em desconfortável.
PS: O que vale é que tenho este assunto resolvido: ela casou-se.
Keizer

novembro 09, 2004

Bandeiradas

Tenho discutido com os meus parceiros de blog se a necessidade constrangedora que sinto em meter conversa com chauffers de táxi é ou não merecedora de um post. Já vos adivinho a falta de paciência, sofisticados leitores, mas vejam o exemplo ocorrido entre o Cais do Sodré e Belém (para gáudio da minha irmã mediática):
Diz ele: F...sse! Car...o!
Digo eu: ...(?)
Diz ele: A tua prima! (enquanto se projecta para fora do carro e falha a embraiagem...)
Digo eu (sem perceber e em voz alta): merda!
Diz ele: Perdão?!
Digo eu: ...(?)
Diz ele: Para onde se dirige, Senhor Doutor?
Digo eu: deixe-me onde lhe der mais jeitinho, 'tá bem?

novembro 08, 2004

Eutanásia da velha Europa

Tenham lá paciência mas o blog também me serve de consolo. Já sei bem que ninguém lê coisa de tal porte. Não faz mal. Já me serviu a mim.
Oh Doutor Luís Salgado de Matos! Deixe-me que lhe explique a verdadeira razão da derrota de Kerry nos US: já não temos saco para colunas como a que o senhor escreve na edição de hoje do Público.
A ver: em primeiro lugar, homem: deixe lá de se demonizar pela derrota democrata. O homem ganhou. Vamos passar mal, mas cá continuamos e não desistimos por isso!
Depois: perceba - a razão pela qual eu (não apenas eu mas a asfixiante maioria das pessoas da minha geração) nunca votarei em quase nenhumas eleições - quanto mais numas europeias - deve-se precisamente a esse fenómeno de já ter o Sr. Doutor percebido tudo e a nós nos sobrar apenas o desconforto da ideia. Você ainda por cá anda, sabe?
Com que então ainda não percebemos que Bush ganhou porque não houve mais atentados na Homeland. Atenção Doutor, que me cheira que anda a confundir a pólvora com enxofre. Já percebemos, já. Até nos conforta. Significa (para quem olha da esquerda) que não era a ideia que era má, mas a mensagem que correu mal. A mim soa-me bem, apesar de tudo. A si falta-lhe, como diríam os americanos, closure - parece-me...
E os meios de comunicação social europeus andam a cegar-nos, diz vossa doutorância num... meio de comunicação social europeu. Está certo.
Porque a questão não é se Bush é bom mas se somos aliados dele. Fantástico! Nova teoria de não interessam os fins desde que os meios se justifiquem. Compreendo.
Cavalheiro: então a União Europeia serve apenas para evitar a guerra entre a França e a Alemanha. Olhe: sou muito mais novo que o Sr. (sem ofensa). Mereço mais do que essa Europa. A não ser que me explique (e aos franceses) que o alargamento à Turquia serve para isso. Ou aos alemães de Bonne que o Euro lhes compra apenas isso.
Here's a small glimpse: a Europa não é apenas uma bolha geográfica de segurança entre França e Alemanha. Se me disser isto então passo a fazer como a maior parte dos meus e encolho os ombros como você faz com a eleição de W. Vá-se lixar! A Europa é uma ilha de Paz e um catalizador de progresso quanto mais unida esteja e mais ultrapassados sejam os seus fantasmas. Como o da necessidade de uma cidadania comum para uma moeda comum: andamos a reinar! - ou não temos guardadas nos museus moedas dos tempos da ocupação romana (ou éramos romanos - já não sei?)?
Meu caríssimo assistente (espero que não mais do que isso, se não estamos bem tramados): veja lá se percebe bem o que significa quando alguém lhe diz que a Europa tem que passar a assumir as suas responsabilidades e investir na sua defesa. Deixe-se de populismos de esquerda e pacifismos bacocos que já não pegam: os americanos votaram em quem lhes garantiu zero atentados, remember?? Well they're still wrong in what concearns me!
A Europa não tem que se armar por causa dos EUA ou contra os EUA. A nova ameaça, esta depois da Guerra Fria (essa já acabou Doutor!!) é o terrorismo. E face a ela só há uma de duas hipóteses: ou a maniqueísta tipo eixo do mal do género desta sua frase:
ou a multilateralista, pelo primado do Direito Internacional, pela fé, inabalável, de que o espírito e o génio humano ultrapassam todas as fronteiras e todos os desafios (hum... esta frase soa um pouco americanóide..).
A única coisa, a última coisa que vos peço (à sua geração) enquanto ainda por cá andam a estragar as coisas (a minha difícilmente estragará tanta coisa em tanta tentativa) é: não façam da Europa o reflexo ou o convexo dos EUA. Não por superioridade como supõe, mas porque nos bastava ir para lá: é essa a diferença entre a minha geração e a sua, sabe: você não podia e a mim é-me tão fácil...
Tenho para mim que a necessidade de nos prepararmos não tem que ver com sombra mas com luz. Não é para suplantarmos os EUA. Quaisquer EUA. Mas para sermos voz alternativa. Enquanto andarmos apenas a mandar bocas não temos remédio senão encolhermos ombros como faz o Sr. Doutor. Se entretanto nos inspirarmos e nos constituirmos fortes não haverá apenas uma única "razão". Tanto faz se boa ou má. Haverá sempre outra. Como entre França e Alemanha na CECA, lembra-se? Ou Wilson, nas eleições que perdeu a seguir à 1ª GG.
Disse Vossa Excelência no Público de 14/07/003 (de que não consigo fazer link) "O federalismo europeu e o nacionalismo dos europeus avançam de mãos dadas". "Here, here!" digo eu à melhor maneira do Senado dos US. Não tenha medo. E não encolha os ombros.
O Senhor fala do suícidio da Europa mas propõe algo de muito diferente... Vê o Sr. o copo meio vazio enquanto eu o adivinho meio cheio. Digo da Europa, mais ou menos o que Churchill dizia às tantas, não sei bem de quem: "Nela, facilmente lhe descobriremos os defeitos. Mas levaremos uma vida a aprender-lhe as virtudes."

novembro 05, 2004

Por ti cariño

Sin palabras, sin imágenes... para describir el dolor provocado por el cuchillo que se me ha clavado en el pecho al escuchar a Ramos Horta declarar que aprovechó su venida a Portugal para pedir a nuestro Ministro de los Asuntos Exteriores que intercediera junto al Gobierno (... español) para que este apoyase la formación de Timorenses en áreas como la educación y la cultura. ...

novembro 03, 2004

Dean Medicines

Bush venceu. Pela primeira vez, venceu.
Completamente desalentado pela perspectiva que esta vitória implica para os próximos quatro anos da minha, das nossas vidas tenho ainda, no entanto, paciência para reflectir sobre algumas coisas.
E a principal que me vem ocupando a mente desde que ontem comecei a menear a cabeça mal Rui Oliveira e Costa dava a vitória a Kerry (???) é a de que Bush, a sua administração e todos os busheviques pelo mundo fora não passaram a estar certos apenas porque W. ganhou um segundo mandato. Pelo contrário.
A diferença entre estes resultados nos U.S. e os da Espanha de Aznar reside no tipo de mentira contada pelo poder aos eleitores .
Os americanos foram cobardemente atacados no 9/11. Em casa. E o poder americano explicou aos seus eleitores que iria fazer tudo para vingar esse ataque. Tudo. Isto implicava a guerra e sobretudo, caso necessário, implicava mentir a antigos parceiros de alianças atlânticas que passaram a meter água por buracos do mesmo tamanho das WMD's que desapareceram do Iraque.
Em Espanha a mentira foi outra. Não tendo sido atacados em casa o poder explicou aos espanhóis que a melhor forma de evitarem essa probabilidade seria a de alinharem com Washington na aventura das arábias. Só que os espanhóis não acreditaram e fizeram questão de o demonstrar. Nas ruas e em massa. Sofreram em Março as consequências desse alinhamento, e o poder não reconheceu o evidente. Foi demitido.
Bush mentiu e ao fazê-lo cumpriu o que prometeu aos americanos. Aznar mentiu e ao fazê-lo demitiu-se do mandato inequívoco que os espanhóis lhe tinham dado pela segunda vez.
Não estamos melhor. Não andamos mais seguros. Não progredimos nem estamos mais ricos do que há quatro anos atrás.
Quanto a nós, bem... a nós também ninguém nos pergunta nada. A esquerda encolhe os ombros.
Quanto ao frenesim com que a direita, pelo menos alguma, aplaude a vitória republicana, francamente, faz-me lembrar a bajulação ignorante que as famílias portuguesas dispensavam sempre que o padre ía lá a casa.
Mas é lá com eles...