Novela dos dias que correm
Ele, olhando-a com aquele ar de quem não percebe o que está ali a fazer: O que tu queres sei eu…
Ela, doida por ouvir o pedido: Estes sinais, a perna a tremer, a mão a segurar a cabeça… É hoje, não tenho dúvidas.
Ele, descruzando a perna e coçando o lábio: Tenho que me despachar a beber este whisky.
Já alto e bom som:
Ele: Desculpa, não aguento mais. Queria…
Ela: ...eu também não…mas diz, diz.
Ele: Queria que me ajudasses a organizar uma festa simples para o meu casamento.
Bomba. Acham que ela ajuda? Acham que ela não vai contar às amigas e às revistas todas que era ela a eleita, a mulher da sua vida, e que afinal ele vai casar com uma paixão antiga qualquer? Acham que ela não aparece no dia do casamento vestida de branco imaculado?
Agora pare, rebobine tudo e imagine um Primeiro-Ministro algo autoritário a falar com um poeta de Assembleia algo sonhador.