novembro 25, 2005

“A ofensiva portuguesa contra o Reino Unido”

Até hoje me arrependo de não ter comprado uma t-shirt a dizer ‘Eu não leio Pacheco Pereira’ que há uns anos vendiam na Feira do livro. Ontem li Pacheco Pereira e não posso deixar de expressar a minha preocupação.

A saga já tem resposta e esta, passando alguns erros de datas, quase convence. Quem lá esteve, a 17 de Junho de 2005, sabe bem o que se passou e o que se passou desde então, e resta-nos concluir que o nosso Ministro não deixa de ter razão e que muito mais se podia dizer, incluindo sobre uma certa anglicização da acção externa da UE.
Pecou por ter lançado a ofensiva, naquele tom, nesta altura em que ainda resta alguma esperança sobre as perspectivas financeiras. Tê-lo-á feito não por ser um ‘europeísta extremo’, como lhe chama Pacheco Pereira, mas por duas razões bem mais simples. Por um lado, parece ter alguma dificuldade em perceber a diplomacia europeia actual, os seus timings, as suas negociatas. Por outro - e talvez seja este o argumento com maior peso - , já se apercebeu que uma das grandes prioridades da política externa nacional (‘sacar os fundos’) está seriamente comprometida pela atitude da Presidência britânica.
Dammage control ex ante.