maio 30, 2005

Paradoxalmente Europa

NÃO, terramoto não foi: o resultado do referendo francês era expectável. Psicodrama da democracia francesa? Consequência de uma democratização tardia da Europa?
Por enquanto e até os Holandeses dizerem de sua justiça na 4ª feira, pedem-nos que finjamos que está tudo bem, que o processo de ratificação continua. Louvam-se os aspectos positivos da Constituição, como a Carta dos Direitos Fundamentais, a cláusula de solidariedade em caso de ataque a um dos Estados-membros ou o progresso do voto por maioria qualificada. Esquecem-se algumas guerras que travámos para impor os princípios da solidariedade e da igualdade, a incerteza natural de certos aspectos da Constituição.
Não acredito numa Europa em que se contabilizam saldos líquidos individuais, mas, paradoxalmente, quem mais ganhava com esta Constituição eram os Franceses... Que este ‘Não’ contribua enfim para convencer as supostas elites que a Europa não se fará mais sem um esforço contínuo de pedagogia e de participação.
Por ora, resta-nos encadernar Nice e esperar pela solução política que acabará, como sempre, por surgir. Assim avança o projecto europeu.

Se eu me esquecer de ti

A tua presença ausente, o meu olhar fugidio. A aliança que salta do dedo numa das tantas esquinas que já foram nossas, o laço que se desfaz ao vento, o nó aberto pelo tempo.
Aninhei-me no meu cantinho de cama, imaginei-me nos teus braços, e chorei. Só tu sabias fazer-me chorar, só tu me conseguias pôr a rir. Acordei-te, desculpa; já passou, continua a dormir.
Viver da saudade é abortar beijos roubados. Fez-se tarde.

maio 24, 2005

Jesus é fiel!

"Estou sem palavras... Voltarei mais tarde.", disse ela com a mão no peito.

maio 23, 2005

Os Humanos

Eu - Gaita, ó chefe! ‘Táva a ver que não havia mais táxistas em Lisboa… está tudo no Estádio da Luz, é?
Ele - Os taxistas são humanos, como toda a gente…
Eu - ?!?
Ele - … e quando terminaram os jogos, parou tudo de trabalhar e toca de ir para o Marquês.
Eu - ah… então e o amigo???
Ele - Eu?... eu sou um desgraçado de um sportinguista.

PÁRA DEUS! TAMBÉM NÃO ME DÊS TUDO DE UMA VEZ…
(Cais do Sodré – 02.00h a.m.)

Estádio de graça

Experimentei beber o café e sair sem pagar, lembrar o meu pai que precisava dum carro novo que se ele quisesse até podia ser vermelho-lúcifer, insistir com o polícia do cachecol da águia que eram só cinco minutinhos, obrigar o cão a andar de lenço ao pescoço, explicar ao taxista que se calhar íamos todos ter que fazer mais um esforço.
Mentiram-me, cavaleiros: não mudou nada... mas sabe tão bem!

maio 20, 2005

Game Boy II

Hoje estive contigo. Esqueci a etiqueta e olhei-te fixamente nos olhos. Estás com um olhar cansado, abatido, até. Mas gostei de ver que nada afecta a tua determinação nas batalhas que temos pela frente, gostei do sorriso de miúdo quando percebeste o alcance do teu 'não'.
Contigo, lutaremos até ao game over.

maio 16, 2005

D– a zeros

Decidi libertar o Dr. Barroso do contador. Já não o quero a explicar o Tratado constitucional da União europeia aos Portugueses. Quero o Mourinho. O seu ar blasé e arrogante q.b. - porque aos ídolos com provas dadas nós permitimos estas coisas - fará milagres pela apregoada ‘marca Portugal’. Ele sim mudou a imagem dos Tugas e aposto que já há bilhetes pré-comprados por bifas desejosas de conhecer o macho português.
Provavelmente, o melhor Senhor Europa do mundo.

O Secretário

Li em qualquer lado que no gabinete de um alto dignatário da nação havia 1 secretário para 13 secretárias. Tive pena que o jornalista não tivesse ido mais longe e entrevistado o homem em questão.
Fica a dica.

maio 09, 2005

Foi precisamente há um ano...

... que alguém lançou a farpa: a loira não gosta de mim.
Contra todas as expectativas, nasceu este blog e a amizade floresceu. Químicas...

Perdoai-nos, senhores

Acordei em plena Praça Vermelha, ao som da 9ª sinfonia de Beethoven e com um sabor a Europa nos lábios. É dia de homenagem à Deusa da responsabilidade colectiva por erros passados, erigida em nova musa universal. Paira o arrependimento no ar. Hoje, somos todos europeus e todos, em catarse, nos arrependemos pelos erros dos nossos pais e avós, aqueles bárbaros insensíveis que, sem piedade, dividiram continentes, subjugaram povos, mataram por ideais alienantes.
Perdoai-nos o que eles fizeram. Um dia, alguém pedirá perdão por nós, pela Chechénia, pela Palestina, por Abu Ghraib…