julho 18, 2005

Missão

Sempre me entreguei às coisas com um certo espírito de missão. Andei de redoma em redoma sem nunca me aperceber de uma certa realidade do funcionalismo público com a qual me deparo agora todos os dias. Não sei se isto se pega, mas não quero ficar como eles. A motivação decresce de dia para dia, o cinismo é-lhe inversamente proporcional.
'Tens que fazer outras coisas'. Não, tenho que fazer o que eu sei fazer. Não quero ficar como eles. Imagino quedas no chão encerado, doenças profissionais variadas, ignoro o papel para que se acumule, não trago o carro para resistir ao canto das tágides.
Acendo mais um cigarro com vista para o Tejo. O Cristo-Rei, transmutado em Jaime Silva, acena-me e põe-me a sonhar com o montado de sobro.