dezembro 21, 2004

Game Boy

Passei por ti ontem mais uma vez, eram quase horas de jantar. Enfiei as mãos nos bolsos, à procura de um rebuçado, de uma pastilha, de uma réstia de sonho. Nada. Estavas com o nariz colado na montra de uma loja de electrodomésticos, olhando entusiasmado para o que me pareceu à primeira vista um boneco animado de gravata encarnada que passava num dos écrans de plasma. “Compras-me aquele game boy?”, perguntaste-me, apontando para a imagem no televisor. Olhei para a marca da tua respiração no vidro... “Levo-te antes ao circo no Carnaval; com este game boy só perdes pontos.”
Não há arco-íris sem chuva.