O dia em que caíu a ponte de Nunutali
No dia em que a ponte de Nunutali caiu a vida ruiu. A economia parou, a família desparentou-se, a mikrolete ficou-se e o arroz empapou-se.
Perderam-se quatro vidas no dia em que a ribeira engordada pela chuva comeu os pilares da dita e lhe arrastou o tabuleiro de ferro.
Nesse dia, como em todos os outros, o meu carro tinha guincho e, por isso, lá fui de socorro. Quando cheguei à margem do lado de Gleno, naquele dia de praça, assustei-me com as mercadorias todas do lado de cá e os compradores todos do lado de lá. Era o único malai. Mas tinha guincho.
Identificado o "despigmentado" da circunstância, logo os ombros se viraram para mim, com a habitual curiosidade zombeteira de quem fita o que não é normal, mas agora com a novidade da impaciência pela solução trazida, de certeza, por "engenheiro ou director". Tinha um guincho...
Afastei alas destemido, desenrolei o guincho até ao leito do rio que a corrente, agora míngua, deixava a nu. Logo se precipitaram os locais, antes feitos árvore e pedra, invisíveis e inúteis. O que se passa a seguir prova a passagem de Adam Smith por aquelas paragens.
Aproximaram um enorme toro de madeira do guincho. Os do lado de lá. Os do mercado. Aproximaram...
- Vai-te custar 500.000 rúpias! atiraram-me.
Os famintos do arroz iniciaram um murmúrio que só deixei de ouvir quando me lembrei da expressão escocesa que melhor dava cor à minha presença ali:
“Fazes tanta falta aqui como um generoso par de maminhas numa freira”.
- Não dou!
- Este lado é nosso! responderam-me
- O arroz está do meu lado. sentei-me
Em uma hora havia um carreiro feito à custa da tracção de sandálias por onde filas de formigas transportavam os víveres para o lado do comércio. 70 por cento caía.
30 por cento alimentou muitas almas num dia.
Perderam-se quatro vidas no dia em que a ribeira engordada pela chuva comeu os pilares da dita e lhe arrastou o tabuleiro de ferro.
Nesse dia, como em todos os outros, o meu carro tinha guincho e, por isso, lá fui de socorro. Quando cheguei à margem do lado de Gleno, naquele dia de praça, assustei-me com as mercadorias todas do lado de cá e os compradores todos do lado de lá. Era o único malai. Mas tinha guincho.
Identificado o "despigmentado" da circunstância, logo os ombros se viraram para mim, com a habitual curiosidade zombeteira de quem fita o que não é normal, mas agora com a novidade da impaciência pela solução trazida, de certeza, por "engenheiro ou director". Tinha um guincho...
Afastei alas destemido, desenrolei o guincho até ao leito do rio que a corrente, agora míngua, deixava a nu. Logo se precipitaram os locais, antes feitos árvore e pedra, invisíveis e inúteis. O que se passa a seguir prova a passagem de Adam Smith por aquelas paragens.
Aproximaram um enorme toro de madeira do guincho. Os do lado de lá. Os do mercado. Aproximaram...
- Vai-te custar 500.000 rúpias! atiraram-me.
Os famintos do arroz iniciaram um murmúrio que só deixei de ouvir quando me lembrei da expressão escocesa que melhor dava cor à minha presença ali:
“Fazes tanta falta aqui como um generoso par de maminhas numa freira”.
- Não dou!
- Este lado é nosso! responderam-me
- O arroz está do meu lado. sentei-me
Em uma hora havia um carreiro feito à custa da tracção de sandálias por onde filas de formigas transportavam os víveres para o lado do comércio. 70 por cento caía.
30 por cento alimentou muitas almas num dia.
Não há moral na história. Apenas o peito da freira.
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