dezembro 29, 2004

Amnésia


Evito-te, mas tu insistes; esta cidade também é tua. Salgas-me os lábios com a tua brisa, mandas Kafka chamar-me para a metamorfose que transforma a tristeza em nova musa para os assuntos do mundo e a ira em Tágide do foro privado. Perdi (perdemos) porto e marinheiro. Agora chegou a minha vez de te desafiar: usa a espuma das tuas ondas para nos limpar a memória colectiva, de Lisboa ao Texas, de Sumatra a Darfur.

Tentei o balanço. Vão vocês, eu fico; alguém tem que cá estar quando eles voltarem.