fevereiro 21, 2005

V


De vingança. Nem vitória do PS, nem derrota da coligação no governo, nem mesmo do mártir Santana Lopes. O resultado destas eleições espelha uma vingança sofisticada, regada com crème glacée pelo Chef Sampaio.

Não foi ninguém. Fomos todos, juntos, sem combinar, no aconchego secreto das urnas. Estávamos fartos, nós que nunca votámos neles, mas só conseguimos este alcance porque os melhores mestres da vingança, as madalenas arrependidas da classe média, se juntaram a nós. Ela não se compadece com a arraia-miúda nem se deixa empolgar por projectos colectivos. Só sabe que aceitou fazer sacrifícios e que lhe pediram sempre mais, sem nunca mostrar resultados.

Mini-crise de ciúmes nas europeias, e agora fico contigo. Mas se não fizeres nada para melhorar a minha sorte, já sabes o que te espera.
E de vingança em vingança, assim vamos remando rumo ao desconhecido.