janeiro 19, 2005

Bonjour tristesse


Refúgio junto ao Tejo numa tarde em tons de encarnado e rosa. O Cristo Rei acena-me, arrancando-me aos meus loucos de Lisboa e confrontando-me com a perda adiável, mas inevitável, de alguém. Por doença, por distância, por desencontro de afectos, todos nós vamos perdendo muitos alguéns com o tempo, mas nunca por haver uma razão válida, suficiente, racional, irrefutável. Também a caixa de Pandora chega por vezes com defeito a algumas pessoas. À dele, falta-lhe o essencial. Não queria que fosse, mas sei que irá. E que me vai fazer falta. Talvez por ser daquelas pessoas que encontramos tarde demais, mas que acabam por entrar para sempre.

Recolho os seus instantes e refaço o puzzle; descubro a solidão e a saudade de um tempo que não foi.