julho 14, 2004

Ilha cercada

Se alguma vez amarem, adivinharão então uma ansiedade física, ébria.
Contida. No outro.
Sem certeza. No risco.
Há um suspiro sussurrado para dentro, uma metadona de segundos.
Uma ventosa de paixão, que nos deixa no vácuo. Porque apenas a conseguimos ver pendurada. Mas está lá.
Já ela me disse. Com o pescoço, com as rugas de expressão. Porque veste a pele de um encarnado que até eu vejo. Involuntariamente. Nada me desperta tantos terminais como isto.
Estou no terceiro Continente consecutivo. Nem sombra de Jet-Lag. Por causa dela.
Mas tem a mão presa a uma linha de escolha. De compromisso redondo, inultrapassável. Inultrapassável.
Mas o sopro do coração continua, como nos cantavam os Clã.
É extraordinário como à volta dela só há mar. Mais nada aparece à vista. Pelo menos na minha.

PS1: há três anos votei entre duas ópticas de regime muito bem definidas: uma que chamava ao cargo a que concorria de "forças de bloqueio"; a outra que combatia pela legitimidade política do regime valorizando o cargo que disputava. Votei na segunda. Por causa dela, perdi à primeira. E agora espero por alguém que ao contrário de Sampaio volte a legitimar o regime. Porque contar deputados também eu sei. Melhor, se calhar.
PS2: Dylan, estou num teclado inglês. Fazes o favor de me corrigir estas calinadas todas?

Este editing foi "powered by" uma Embaixada de Portugal qualquer.