março 03, 2005

D-100

Um dos argumentos apresentados pelos defensores da candidatura de José Manuel - ainda Durão - Barroso à presidência da Comissão europeia era o da visibilidade que o cargo traria não só para o nosso país na Europa como para a Europa em Portugal.
Temida pelo seu espírito engagé nos tempos de Delors, etilizada nos tempos de Santer, estupidificada com Prodi, a Comissão europeia arrisca-se a ser marginalizada na era Barroso. Bruxelas não é Portugal e provavelmente Barroso já se apercebeu disso. Não basta o marketing e a intriga de cúpula; é preciso visão e estratégia não só para a Europa, como para os mais de 20 000 funcionários da instituição. O balanço será feito a seu tempo; não faz sentido julgar a prestação de um Presidente da Comissão com base nos seus primeiros cem dias.
Mas já que decidiu ter uma participação activa na última campanha eleitoral em Portugal, parece-me justo esperar mais cem dias por uma qualquer iniciativa sua no nosso país. Há muito por onde escolher, da estratégia de Lisboa ao Tratado constitucional da UE.
Começou a contar o tempo.