agosto 17, 2005

O Maçon de Viana

Cruzei-me com ele há alguns anos, na urgência da CUF. Não passava para mim de um anónimo, claramente perturbado, que gesticulava enquanto tentava explicar ao médico de serviço que não sabia o que fazer com o dinheiro. Pouco tempo depois ganhou identidade na comunicação social, e uma nova morada - prisional.
Comprei o livro, não sei se por curiosidade, se por caridade. Proporcionou-me alguns momentos hilariantes, confesso. Mas quem fala de Marquesas degoladas pela garganta, emprega ‘despender’ e ‘dispender’ na mesma frase, não sabe o que fazer com as vírgulas e ‘dá graças a si mesmo de os tempos terem mudado’ merece muito mais do que a prisão. Merece viver fantasiando sobre o ensinamento que nos deixa no fim do livro, em jeito de boutade ameaçadora: “Quando um poderoso cai, os amigos querem que caia o mais baixo possível, esquecendo-se que, com ele, todos acabarão por cair, um dia.”
Desde que acabei o livro que sonho com outro Braga...